Oi... Mais uma vez estou aqui utilizando desse espaço para falar um pouco sobre minhas dores, minhas angústias, meus momentos de fraqueza, mas principalmente sobre minhas dores. Apesar de muitas das vezes usar esse meio como uma forma de tentar ajudar quem me lê, hoje na verdade escrevo porque preciso ser entendido, ouvido, compreendido, por você que me lê, mas, na verdade, por esse teclado e tela que uso para escrever esse texto. 

Como já citei aqui inúmeras vezes, a vida ela é cheia de ciclos, processos, momentos, entre uma infindável cascata de coisas, mas, hoje quero falar sobre as dores que a vida também proporciona para nós. Muitas das vezes, achamos que tudo está indo bem, que já superamos algo, que já estamos bem com determinadas situações, mas quando menos esperamos alguém puxa a ferida em suas extremidades, arranca os pontos e principalmente, abre a cicatriz que ali se formara. 

Falar de dor é sempre algo muito complexo. Para alguns nossas dores, são apenas besteira, para outros tem uma solução simples, ou, existem dores piores, ou, até mesmo, não devemos sofrer por aquilo. Quando muitas vezes escutamos isso, temos a grande tendência de tentar camuflar aquilo que sentimos para não sermos julgados pelo que sentimos. No entanto, o quanto isso já não lhe dilacerou por dentro? Para mim foram inúmeras vezes. 

Sempre digo a todos com quem converso, é IMPOSSÍVEL, isso mesmo, IMPOSSÍVEL, saber como é a dor que outra pessoa sente, não vivemos as mesmas condições, não temos os mesmos sentimentos, expectativas, pensamentos, ações, processamento e resiliência. Podemos tentar compreender, tentar de alguma forma entender, mas saber, não é possível. Para mim um simples ato pode desmoronar um dia, semanas ou até mesmo meses, mas para outra pessoa não, e vice-versa. 

Os sentimentos são extremamente difíceis de entender, por vezes queremos camuflá-los, ou simplesmente dizer que eles não existem e adotar isso como uma verdade absoluta. Mas o que aprendi é que não podemos ignorar nenhum deles, principalmente a dor. Tudo se transforma numa bola de neve, e quando nos damos conta somos derrubados por algo com dez vezes mais força do que era quando começou. Não adianta dizer que "não está criando expectativas" ou que "isso não me incomoda", quando você sabe que lá no fundo as duas coisas irão trazer para você momentos de tristeza, solidão e acima de tudo a necessidade de por para fora tudo aquilo que você sente por dentro. Querendo, muitas vezes, tornar-se exteriorizada de uma forma mais doída, mais exacerbada, trazendo inseguranças, dificuldades de confiança, entre uma infindável quantidade de formas. 

O que percebi nesse pouco tempo que tenho é que realmente precisamos acolher nossa dor, seja ela qual for, precisamos entender que ela faz parte de nós, que em algum momento ela irá sentir a necessidade de querer conversar conosco, seja das formas que queremos, ou não. Não existe fórmula mágica ou guia de  instruções do que precisamos fazer. Mas, percebi, ou melhor, aprendi que PRECISO acolher esses sentimentos que estão aqui dentro e deixá-los em algum momento tomar conta de mim, preenchendo todos os poros do meu corpo, preenchendo até mesmo o vazio que a própria dor me causa. 

O choro se manifesta, a tristeza toma de conta, os pensamentos ficam confusos e, muitas das vezes, sua vontade é de apenas deitar e esperar que isso vá embora. Essa é minha vontade nesse momento. Gostaria de expulsá-la de vez, mas fazer isso sei que estarei apenas me enganando, ela não irá embora a menos que eu a encare, permita que ela traga a mim seu verdadeiro significado. Toda dor tem um significado, seja ele bom ou ruim, vejo nelas uma forma de crescer, uma forma de aprender, uma forma de evoluir. 

A dor por vezes tomará conta de mim, sei disso, pois eu mais do que qualquer outra pessoa conheço a mim mesmo. Por isso, a partir de hoje irei fazer diferente. 

Chega de mascarar minha dor na hora em que ela se manifesta. 

Chega de buscar outro significado que não o que realmente é. 

Chega de tentar parecer que está tudo bem com algo, quando na verdade não está. 

Chegou o momento de sentir, sentir tudo, sem medo, pois, tenho a certeza que depois disso, estarei diferente, mais forte, e acima de tudo, cicatrizado. 

Chegou a hora de acolher essa dor.

Quem sabe eu até convide ela para tomar um chá.  

0 Comentários